Impacto da I.A. no Audiovisual
- VANESSA MARCONDES FONSECA
- 31 de out.
- 2 min de leitura
por Regilene Regis

A Inteligência Artificial (IA) não é mais uma tendência; é uma realidade consolidada. Mas qual é o verdadeiro impacto dessa realidade no mercado audiovisual brasileiro?
Sabemos que a publicidade brasileira alcançou um feito notável neste ano, tornando-se a segunda mais premiada no Festival Cannes Lions, atrás apenas dos Estados Unidos. Embora o audiovisual não dependa unicamente da publicidade, o impacto da IA nesse setor é inegável, atingindo principalmente os prestadores de serviços que formam a base das produtoras.
Tenho percebido, principalmente no LinkedIn, um aumento nas conexões e nas buscas por profissionais do setor audiovisual — especialmente por parte de pessoas que, normalmente, não acionariam diretamente um RTV. Isso sugere uma mudança no perfil das demandas e uma descentralização das produções, que antes passavam exclusivamente pelas produtoras.
É verdade que o mercado de entretenimento, impulsionado por plataformas como a Netflix, tem aquecido o setor com a produção de séries e filmes. No entanto, em contraste, o número de produções nacionais em formatos tradicionais pelas emissoras de TV aberta tem diminuído progressivamente.
Em um movimento de adaptação, a TV Globo, por exemplo, está prestes a estrear uma novela vertical "microdrama" com episódios curtos, feito para ser exibido exclusivamente em plataformas digitais como Tik Tok e Instagram.
Paralelamente, o número de influenciadores digitais no Brasil cresceu de forma expressiva: em 2025, já são mais de 2 milhões de criadores de conteúdo, um aumento de 67% em relação a março de 2024, segundo dados da Influency.me. Esse cenário reforça a descentralização da produção audiovisual e a multiplicidade de formatos que têm ganhado força.
O que tudo isso nos mostra? Que as formas de produzir, distribuir e consumir conteúdo estão mudando — e, com elas, as profissões também se transformam. Editores, roteiristas, operadores de câmera, diretores de arte, RTVs… todos estão sendo impactados por essa nova lógica de mercado.
Ainda não sabemos exatamente onde isso vai parar. Apesar de todo o potencial da Inteligência Artificial, os custos de produção com essa tecnologia ainda são altos para a maior parte dos clientes. Por isso, o volume de produções inteiramente feitas com I.A. ainda é limitado.
Mas o fato é: estamos no meio de uma transição. E entender essas mudanças agora pode ser o diferencial para quem quer continuar relevante nesse novo cenário.



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